13 de maio de 2010

A borboleta (não liguem ao título)


    Sim, este é um texto sobre este magnífico insecto voador. Não, isto não foi uma ideia minha, foi uma "dica" da minha professora de Português. Portanto, para começar, vou só fazer uma pequena introdução aqui à nossa amiga borboleta: têm dois pares de asas membranosas cobertas de escamas e peças bucais adaptadas a sucção. Distinguem-se das traças (mariposas) pelas antenas rectilíneas que terminam numa bola, pelos hábitos de vida diurnos, pela metamorfose que decorre dentro de uma crisálida rígida e pelo abdómen fino e alongado. Quando em repouso, as borboletas dobram as suas asas para cima.

     Passando a coisas sérias, vou agora falar do tema que me trouxe a este momento de reflexão. Desde pequenos que sabemos o que é uma borboleta (um "bichinho" muito giro, com "asinhas" e "corzinhas" engraçadas) e gostamos de vê-las a voar e a poisar nas flores e correr atrás delas. Mais tarde, passamos a usá-las em expressões como "Senti umas borboletas na barriga/no estômago quando..." (isto quando se fala de paixões e afins), coisa que não tem ponta por onde se pegar. Sinceramente, o que é que as borboletas fazem na barriga? Pior ainda, no estômago? Podíamos afirmar que essa pessoa, ao ficar boquiaberta, deixou entrar uma borboleta (ou mais) e pronto, o animal lá teve um fim um pouco infeliz mas, tratando-se da barriga, nada me ocorre.


    Bem, adiante. Assim que visualizamos algum documentário ou quando estudamos em biologia este belo insecto, apercebemo-nos das suas várias características e compreendemos melhor a sua complexidade e não as reduzimos apenas àquele "bichinho voador" muito "bonitinho" (ou aquilo que as pessoas costumam associar quando ouvem falar em borboletas). Tal como os restantes seres vivos, a nossa amiga borboleta também tem os seus predadores e por isso é necessário que use algumas tácticas de defesa, como por exemplo, a capacidade de camuflagem que algumas espécies de borboleta possuem, aquelas bolas nas asas que se assemelham a dois grandes olhos, com o intuito de assustar os mais curiosos, entre outros que desconheço. No entanto, não passam de uns seres bastante frágeis e inofensivos (pelo menos para nós) e que associamos sempre a características como a beleza e a graciosidade.


    Voltemos então à questão de perseguir borboletas pelo campo fora (ou pelas ruas da cidade) para poder dar um final a este texto. Segundo experiência própria, sei que uma borboleta não se deixa apanhar facilmente e para que tal aconteça é preciso muita paciência, persistência e uma pitada de carinho (sim, porque não queremos esborrachar a pobre coitada). Alguns coleccionam pelo simples prazer da "caçada", outros para poderem apreciar a todo o momento e sem esforço e há ainda quem goste de as ver apenas na sua liberdade natural.


    Para terminar, é preciso salientar que a borboleta não inicia a sua vida já nesta fase adulta e maravilhosa que nós apreciamos. Ela passa por um estado larvar (sendo a larva uma criaturinha com um aspecto viscoso e algo feio) e chegada uma certa altura, esta resguarda-se num casulo (que vai proteger a larva, que agora se designa de pupa, para que esta efectue a metamorfose e entre na fase adulta). Este tempo de repouso e transformação é como que um sono de beleza, que bem precisava a coitada da larva (e no final podem-se observar os resultados). Toda a borboleta precisa de ser feia ao início, mas depois tornar-se bela e esplendorosa para que todos a possam admirar. E é aí que reside a magia da borboleta: na beleza que uns não conseguem vislumbrar, nem mesmo após a transformação mas, que outros ficam encantados ao vê-las passar.

1 de maio de 2010

Tempo

     Mais uma invenção do Homem, que no fim, acabou por se virar contra o seu mestre. É uma ilusão que nos prende a uma realidade abstracta, uma outra dimensão que nos regula e que nos comanda. O tempo foi criado para medir o movimento dos corpos e ditar que um acontecimento ocorre em determinada altura e tem uma certa duração. Hoje em dia, somos todos escravos deste nosso tempo: dos anos, dos meses, das semanas, dos dias, das horas, dos minutos, dos segundos... e não conseguimos manter-nos sãos se não soubermos "a quantas andamos". Somos prisioneiros desta ideia maldita que alguém se lembrou de inventar e nem sequer nos revoltamos contra este monstro que tanto nos atormenta!

     Sinceramente, nunca pensaram como seria a vida sem este conceito? Sem termos falta de tempo? Aliás, como é que se pode ter falta de tempo, ou até mesmo desperdiçar tempo? São coisas que toda a gente diz mas que não se apercebe: o tempo não é uma posse nossa e muito menos algo que possamos controlar. "Não tenho tempo para isto...", "O tempo urge...", "Que desperdício de tempo" e "Se eu tivesse tido mais tempo..." são apenas alguns exemplos de expressões que utilizamos, embora sejam erradas, na minha opinião. Então e o tempo de vida? Também não é nosso, é apenas uma medida que indica a duração de um ser vivo enquanto esteve... vivo. Mas, parece que o tempo não é 100% malévolo, visto que há quem diga que o tempo cura tudo e de facto isto é em parte uma verdade que aceitamos.